Saúde
Novembro Roxo: obstetra alerta sobre causas, riscos e importância do acolhimento no parto prematuro
Em 18/11/2025 por Jesika Mayara

(Foto: Letícia Meira)

O Dia Mundial da Prematuridade, comemorado nesta segunda-feira (17), marca a campanha Novembro Roxo, iniciativa voltara para conscientizar sobre os cuidados necessários a gestantes e recém-nascidos prematuros, suas causas, riscos e impactos sociais. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 300 mil e 340 mil bebês nascem prematuros no Brasil todos os anos, o que representa cerca de 11% de todos os partos do país. A taxa elevada reforça a importância do pré-natal adequado, do acesso à assistência especializada e do acolhimento às famílias.

Entre as principais causas da prematuridade estão condições de saúde da gestante e complicações da gestação, como parto prematuro anterior, gravidez múltipla, infecções urinárias e genitais, hipertensão, diabetes, ruptura prematura da bolsa, além de fatores como tabagismo, uso de drogas, baixo ganho de peso e dificuldades sociais, incluindo acesso limitado ao pré-natal.

Segundo dados do Senso Hospitalar, há 50 leitos de UTI Neonatal (Utin) ativos presentes na rede estadual de saúde, localizados no Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano (10), no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba (10) e na Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina (30).

Referência em partos prematuros, até novembro deste ano, a Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa já registrou 33.645 nascimentos, sendo 4.305 de bebês prematuros, conforme dados do Sinasc, divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi).

O obstetra Jailson Costa explica que, em maternidades de alta complexidade, o índice tende a ser ainda maior. "Se falarmos em maternidade de alto risco, como é o caso da Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa, a taxa chega a quase 40%. Quase metade dos bebês que nascem na nossa maternidade de referência nascem abaixo de 37 semanas".

A prematuridade reflete em elevado custo, seja médico e hospitalar, com suporte para toda uma equipe das áreas de fisioterapia, enfermagem, fonoaudiologia, serviço social, entre outros. Contudo, o obstetra ressalta que há também um impacto secundário, que envolve as famílias e a sociedade.

“Além da elevada mortalidade, há também a morbidade, que são aqueles cuidados que esses bebês e futuras crianças e adultos precisarão para suas vidas. São pessoas que vão ter mais possibilidade de ter sequelas oncológica, oftalmológica, entre outras, e que precisarão ter acompanhamento”, completa.

Causas do parto prematuro
O médico explica que as causas da prematuridade podem ser evitáveis ou inevitáveis, e envolvem desde condições maternas até problemas do dia a dia. Entre as causas maternas, ele cita alterações anatômicas do útero e colo uterino, tumores, malformações congênitas, insuficiência do colo, além de doenças como hipertensão gestacional, diabetes, lúpus, cardiopatias e outras enfermidades que exigem interrupção precoce da gestação.

Também há causas comuns do cotidiano, que muitas vezes passam despercebidas: infecção urinária, anemia grave materna, infecções vulvovaginais e ginecológicas. Esses e tantos outros podem levar a um parto prematuro.

A importância do pré-natal
O pré-natal exerce papel fundamental ao identificar precocemente causas evitáveis. De acordo com Jailson Costa, o pré-natal é muito importante para identificar causas evitáveis, como as infecciosas, para que sejam tratadas cedo. Além disso, o médico também reforça a necessidade de avaliação integral da gestante, incluindo saúde bucal. “Existem doenças não-obstétricas que precisam ser identificadas, como as periodontais e abscessos dentários. Qualquer causa infecciosa estimula o trabalho de parto”, alerta.

Rede de apoio e acolhimento
Jailson Costa lembra que o parto prematuro costuma trazer desafios emocionais e sociais que impactam toda a família. “O parto é sempre um momento esperado com boas perspectivas. Entretanto, no caso dos nascidos prematuramente, esse suporte torna-se imprescindível”, diz.

Ele destaca a realidade de mães que enfrentam dificuldades sociais, o que agrava ainda mais o contexto da prematuridade. “O fator social é um desafio muito grande. Na rede de saúde, precisa ser feita uma estruturação do hospital para tornar a equipe mais próxima daquela parturiente e da família”, avalia.

Na Maternidade Dona Evangelina Rosa, diversos projetos fortalecem o acolhimento, como o Método Canguru, que aproxima mãe e bebê, reduz o tempo de internação e estimula o vínculo e a amamentação. Há também o apoio do serviço social, que auxilia nas dificuldades como transporte e permanência da família no hospital.

 

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