Política
Movimentações do PT irritam MDB na corrida por cadeiras na Alepi
Após perderem vaga de vice na chapa majoritária, emedebistas agora demonstram desconforto com articulações do partido de Rafael para ampliar sua bancada na Assembleia Legislativa
Em 19/11/2025 por Redação

(Foto: Ascom Alepi)

 

Por João Paulo Leal – Da Redação

Nos bastidores da política piauiense, surge uma tensão crescente entre os partidos que dão sustentação ao Governo de Rafael Fonteles (PT). Desde o início do mês em curso, dirigentes e parlamentares do MDB manifestaram desconforto com a estratégia do PT de fortalecer sua chapa proporcional para as eleições estaduais de 2026, uma movimentação que pode abalar a longeva aliança política que vem garantindo sucessivas vitórias ao grupo que lidera o Palácio de Karnak e, por consequência, a Assembleia Legislativa, atualmente sob a presidência de Severo Eulálio (MDB).

Deputado Severo Eulálio

O estopim desse atrito é uma articulação atribuída ao PT para atrair deputados emedebistas para compor sua chapa proporcional à Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). Segundo o deputado Dr. Hélio Oliveira (MDB), seu partido deve “rivalizar cadeiras com o PT” e trabalhar para eleger uma bancada robusta na Alepi, desafiando a hegemonia petista.

Deputado Dr Hélio

Do lado petista, entretanto, a responsabilidade é negada. O presidente estadual do PT, deputado Fábio Novo, afirmou que não há orientação para atrair deputados do MDB para migrarem à sua sigla, dizendo que cada deputado fará “suas contas de onde acha que é melhor para disputar a reeleição”.

Deputado Fábio Novo

Para contornar esse clima, o governador Rafael Fonteles propôs uma estratégia: coordenar pessoalmente a formação das chapas proporcionais da base aliada, restringindo-as a apenas duas legendas — PT e MDB/PSD. A ideia, segundo ele, é evitar a fragmentação de votos e garantir maior eficiência eleitoral.  Fonteles já havia defendido essa tese em reuniões com lideranças aliadas: menos chapas para somar forças e não dispersar votos.

Porém, na avaliação de alguns caciques do MDB, o plano pode privilegiar demais o PT. O deputado Rubens Vieira (PT) deixou claro recentemente que o partido ambiciona eleger entre 15 e 16 deputados estaduais, reforçando seu protagonismo na Alepi. Para emedebistas, essa meta reforça a visão de que o PT está disputando internamente, dentro da base, não apenas para governar, mas para dominar. A lógica: se o PT crescer muito, pode “engolir” seus aliados.

Deputado Rubens Vieira

Se for confirmado esse descontentamento, o risco é claro: a aliança entre MDB e PT, que tem sustentado o governo Fonteles, pode sofrer fissuras. A disputa por cadeiras proporcionais sinaliza não só uma corrida por poder legislativo, mas uma redefinição entre os aliados sobre quem manda e quem se sacrifica na base governista para garantir o projeto majoritário.

O governador Rafael Fonteles, por sua vez, afirmou publicamente que desconhece “uma crise” entre PT e MDB. Ele disse que não tinha tomado conhecimento das declarações de insatisfação dos aliados emedebistas e minimizou qualquer tipo de ruído em sua base.

Governador Rafael Fonteles e Severo Eulálio, presidente da Alepi
 

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