A Universidade Federal do Piauí completa o primeiro ano da gestão de Nadir Nogueira,  O período foi marcado por mudanças estruturais, administrativas, ampliação de políticas estudantis, fortalecimento de ações de inclusão e parcerias institucionais de alcance nacional e internacional.

Reorganização Administrativa

Desde novembro de 2024, a UFPI implantou uma reestruturação interna que resultou na criação de três coordenadorias voltadas a áreas consideradas prioritárias pela administração: Sustentabilidade Ambiental (COSAM), Inovação, Desenvolvimento e Empreendedorismo Acadêmico (COIDEIA) e Saúde e Bem-Estar (COSEB).

Essas unidades foram criadas para reorganizar funções, distribuir responsabilidades e dar maior precisão operacional a temas que ganharam centralidade na agenda universitária, como gestão ambiental, inovação acadêmica e atenção à saúde da comunidade universitária.

A administração também dedicou o ano ao acompanhamento de projetos de infraestrutura, revisão de fluxos internos e expansão de serviços nos campi de Teresina, Bom Jesus, Picos e Floriano, visando maior integração entre unidades acadêmicas e administrativas.

Assistência Estudantil e Permanência

A Assistência Estudantil ocupou posição de destaque nas ações da Reitoria. A UFPI implantou a primeira Cuidotecada Universidade, ampliou programas de permanência e modernizou serviços dos Restaurantes Universitários. O pagamento via Pix foi incorporado ao sistema, e a média de refeições servidas em todos os campi alcançou 6,3 mil por dia.

Além da manutenção dos auxílios já ofertados — Auxílio Residência, Bolsa de Assistência Estudantil, Auxílio Creche e Isenção de Taxa de Alimentação — a gestão criou o Auxílio Ingressante, de até R$ 1 mil, para estudantes recém-chegados em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A medida busca reduzir a evasão nos primeiros períodos de graduação.

Inclusão e Enfrentamento à Violência

A UFPI ampliou estruturas dedicadas à inclusão e aos direitos humanos com a criação da Coordenadoria de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade. A unidade passou a atuar em políticas voltadas a mulheres, pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência, comunidades quilombolas, indígenas e rurais.

Uma das ações dessa agenda foi a instalação da Sala Lilás, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí. O espaço atende casos de violência contra a mulher envolvendo estudantes, servidoras, pesquisadoras e colaboradoras, com articulação direta entre atendimento especializado e procedimentos conduzidos pela Ouvidoria da UFPI.

Cultura e Participação Feminina

A administração criou uma coordenação própria para a política cultural e aprovou o Plano de Cultura da UFPI. Em seleção nacional do governo federal, o projeto cultural da Instituição obteve o primeiro lugar.

Em relação à participação feminina na pesquisa e no trabalho universitário, a gestão destinou 40 por cento das bolsas de pesquisa decorrentes de chamadas do CNPq para mulheres. O mesmo percentual foi aplicado às vagas de contratação de terceirizados, ampliando a presença de mulheres em áreas técnicas e administrativas.

Pesquisa, Inovação e Tecnologia

A UFPI realizou a 6ª edição dos Seminários Integrados, reunindo ações de pesquisa, pós-graduação, inovação, assistência estudantil e extensão. No decorrer do ano, a Instituição foi contemplada em editais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, garantindo recursos para expansão de laboratórios e projetos científicos.

No campo da tecnologia aplicada à segurança pública, o Programa de Pós-Graduação em Computação desenvolveu as ferramentas Espia e Vigia, além do B.O. Fácil, que se tornou referência para órgãos de segurança em outros estados. Também por meio de editais federais, a Universidade assegurou R$ 2 milhões da FINEP para construção da Central Analítica, que oferecerá suporte a pesquisas multiusuárias.

A gestão destacou ainda o reconhecimento nacional do estudante de iniciação científica Caio Burton Alencar, premiado pelo CNPq pela criação de um sistema de inteligência artificial capaz de prever risco de Parkinson.

Internacionalização e Parcerias

No campo internacional, a UFPI participou de missão institucional da ANDIFES à Universidade Nacional Autônoma do México e firmou três acordos de cooperação para mobilidade de estudantes, docentes e pesquisadores nas áreas de Ciências da Saúde, Ciências Tecnológicas, Economia e afins.

A Universidade manteve diálogo com ministérios federais e órgãos estaduais. O MEC escolheu a UFPI para sediar o lançamento nacional do programa Acredita no Primeiro Passo, que qualifica famílias inscritas no CadÚnico. A Instituição realizou busca ativa das famílias de seus estudantes e passou a ofertar cursos de empreendedorismo e gestão de negócios.

Outra parceria relevante foi estabelecida com o Ministério Público do Piauí para a implantação do Laboratório de Simulações de Segurança de Barragens e Drenagem Urbana, a ser instalado no Centro de Tecnologia, sob coordenação do professor Jean Prost Moscardi. O espaço utilizará modelos computacionais para monitoramento e prevenção de riscos ambientais.

Encerramento do Primeiro Ano

Ao completar um ano, a gestão elenca como eixos centrais a reorganização administrativa, a ampliação de políticas de permanência, a institucionalização de ações de inclusão, o fortalecimento da pesquisa e a aproximação com setores externos. Segundo a administração, o objetivo é consolidar uma UFPI com maior integração entre ensino, pesquisa, extensão e inovação, articulada às demandas do estado e do país.

A Reitoria afirma que continuará trabalhando em ações estruturantes, com foco na consolidação das unidades recém-criadas e na ampliação de parcerias institucionais para atender a comunidade universitária e a sociedade piauiense.