Picos(PI), 20 de Abril de 2024

Matéria / Cultura

Wellington chama atenção para necessidade de valorização da cultura idígena

Dias participou da abertura da 15º Semana dos Povos Indígenas do Piauí

19/04/2017 - Jesika Mayara

Imprimir matéria
40d7aab3af881a5428b2e789fa61.jpg (Foto: CCOM PI)
40d7aab3af881a5428b2e789fa61.jpg (Foto: CCOM PI)

O governador Wellington Dias participou da abertura da 15ª Semana dos Povos Indígenas do Piauí, nessa terça-feira (18), no Museu do Piauí – Casa Odilon Nunes, em Teresina.  O evento homenageia essa etnia, busca a conscientização e preservação da cultura, identidade e direitos dos índios e também discute políticas públicas.  

 Para Wellington, é preciso cada vez mais valorizar a presença dos índios nas nossas raízes e recontar a história que foi esquecida até mesmo na literatura. “No Piauí tem índio, sim! Quando os portugueses, espanhóis, ingleses e africanos aqui chegaram, já encontraram muitas tribos. Houve uma tentativa de escravizá-los e o Mandu Ladino, por exemplo, se revela como um herói indígena piauiense. Os próprios livros de história diziam que no Piauí não tinha índios. No entanto, hoje sabe-se que pelo menos quatro tribos já existiam em nossas terras”, destacou Dias.

O chefe do Executivo estadual chamou atenção para o fato de, por muito tempo, os indígenas terem se refugiado e negarem as suas origens, mas que está havendo um movimento contrário e que mais pessoas têm se declarados índios ou índios-descendentes.

“Há um conceito errado de que se o índio colocar um terno já não pode ser mais considerado índio. Índio quer tomar banho, quer frequentar a universidade, tem direito à saúde e cursos de qualificação. Há uma dívida muito grande com essas pessoas. É uma vergonha avançarmos tanto e ainda termos os maiores índices de mortalidade infantil e entre gestantes, o menor grau de escolaridade, a menor renda. Por isso, queremos sair dessa semana onde há maior visibilidade, com a responsabilidade de avançarmos nas políticas públicas para que essa população possa superar esse problema social”, afirmou Wellington.

 A índia Hereira reconhece os esforços feitos pelo Governo do Estado. “O Piauí hoje abraça muito o nosso povo, principalmente na área da saúde e educação. Nos formamos, mas nunca nos desaculturamos. Os “caraiu”, forma como chamamos os brancos e mestiços, acham que precisamos andar nus. Apesar de sairmos da aldeia, não deixamos de ser índio, pois é o sangue que corre em nossas veias, por isso tentamos preservar nossa cultura”, disse a indígena.

Na oportunidade, o governador também falou da realização do Festival Interarte, em São Raimundo Nonato, no qual haverá um momento de estudo e de divulgação para o mundo da verdadeira história do Brasil com a reconstituição do primeiro ser humano das Américas, a partir de fósseis encontrados na região e que ainda não se sabe se era um homem ou uma mulher, mas que se chamará “Zilu”.

 De acordo com Dias, também serão realizados, no Piauí, os Jogos Indígenas e a I Conferência Internacional de Culturas Afrodescendentes e Indígenas. “Esses eventos têm como objetivo gerar um debate nacional sobre as nossas raízes e a nossa história”, acrescenta Wellington.

Funai
 Quanto ao fechamento da Unidade da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Piauí, o governador disse que foi enviada uma carta aos ministérios da Saúde, da Justiça e Funai, tratando da decisão do Estado em manter os atendimentos à essa população. “Se o problema é de ordem financeira, apesar das dificuldades encontradas pelo Piauí, vamos custear os investimentos nessa área do Casai, que é uma rede de saúde voltada a essas pessoas”, disse Dias.

Evento
 O cacique Henrique Manoel do Nascimento, 52 anos, líder da comunidade Tabajara, que habita os municípios de Lagoa de São Francisco e Piripiri, falou da importância do evento e da visibilidade da data. “Agradecemos o apoio do Governo de Estado, que tem ajudado a dar mais qualidade de vida para nossas famílias, com ações em diversas áreas”, destacou Henrique.

 A programação da 15º Semana dos Povos Indígenas conta com exposições, oficinas e mesas redondas sobre a temática indígena. A exposição fotográfica OBDUCO e exposição coletiva “Etnia e resistência contemporânea”, presentes no Museu do Piauí, conta com obras de Gabriel Archanjo, Rogério Narciso, Portelada, Jota A, Aliã Wamiri, Amaral e Dora Parentes.

 O evento é uma realização do Museu com Piauí (MUP), com o apoio do Governo do Estado, por meio das secretarias de Governo, Saúde e Cultura; Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e Fundação Nacional do Índio (Funai).

CCOM PI

Facebook