Picos(PI), 29 de Março de 2024

Matéria / Saúde

Casos de dengue aumentaram 318% em 2019; Um óbito confirmado

Segundo a Sesapi, de 1º de janeiro ao dia 24 de dezembro, 6.698 casos da doença foram confirmados no Estado

10/01/2020 - Redação

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P40G-IMG-00469e7aa86a37cdb9.jpg (Foto: Arquivo O Dia)
P40G-IMG-00469e7aa86a37cdb9.jpg (Foto: Arquivo O Dia)

Nesta semana, o Ministério da Saúde confirmou à Folha de São Paulo um novo avanço da dengue no Brasil, com o ano de 2019 registrando o segundo maior número de mortes pela doença desde 1998. Das 754 mortes por dengue confirmadas até o dia 07 de dezembro, apenas uma ocorreu no Piauí. Apesar disso, o estado teve um aumento de 318% em casos da doença em relação ao mesmo período de 2018.

Segundo o 51º Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), com dados contabilizados de 1º de janeiro ao dia 24 de dezembro, 6.698 casos da doença foram confirmados no Estado. Ao todo, foram 7.955 casos prováveis da doença, entre casos confirmados, inconclusivos, ignorados/brancos, dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

Além do número de casos, também houve aumento no número de municípios com casos notificados. Em 2018, até a 51ª Semana Epidemiológica, 125 municípios (55,8%) não notificaram casos suspeitos de dengue. Já em 2019, no mesmo período, foram 54 municípios sem notificação (24,1%).

Segundo a Sesapi, em 2018, o óbito registrado em decorrência da doença aconteceu na cidade de Bom Jesus, localizada a 637 km de Teresina. Enquanto no ano passado, a única morte confirmada ocorreu na Capital. Até o momento, não foram confirmadas informações sobre a última vítima fatal.

Sesapi alerta para o aumento dos índices

A coordenadora estadual de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, chama a atenção da população para o crescimento desproporcional de casos de dengue no Estado. Segundo ela, a maior parte dos municípios que participam do Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), estão com alto índice de contaminação.

"É uma chamada de atenção para que as pessoas cuidem realmente de onde colocam os dejetos, os lixos, com atenção para esgotar todos os criadouros. Por exemplo, se você tem um jarro de planta que você passa vários dias sem mudar a água, isso vira um criadouro. A nossa preocupação enquanto Estado e Vigilância é muito grande, porque o crescimento de 2018 para 2019 foi muito grande. Estamos preocupados porque estamos no período chuvoso, que é um período de acumulo de água. Por isso, a consciência da população em relação à limpeza do seu ambiente é necessária e fundamental", declara.

A coordenadora destaca ainda que a Sesapi está desenvolvendo ações para combater o avanço da doença no Piauí e mapear os municípios com índices de contágio. "A nossa prioridade maior é identificar todos os municípios de maior risco e estamos também fazendo a vigilância da doença, chamando a atenção dos hospitais para todos os sinais e sintomas da dengue. Estamos distribuindo também inseticidas para a regional de saúde e o município caso necessite pode buscar nas regionais esses inseticidas", afirma.

População deve permanecer alerta para os sintomas

De acordo com o médico Eduardo Oliveira, a dengue é uma doença viral aguda, caracterizada, principalmente, por ser uma virose com manifestação de até sete dias de febre. Entre os sintomas mais comuns da doença estão: febre alta de início súbito, dor nos músculos, dor nas articulações, fraqueza, náusea, vômitos, diarreia e o aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo.

“Existem cinco subtipos de dengue, no Brasil circulam quatro tipos. O que significa que no Brasil você pode ter dengue até quatro vezes e, cada vez que você pega uma dengue nova, ela se manifesta de uma forma mais grave. Se é a segunda vez que você pega, ela vai ser mais grave que a primeira, se for a terceira vai ser mais grave do que a segunda e a primeira”, afirma o médico, acrescentando que o grupo de risco inclui crianças e idosos.

Em relação ao tratamento da doença, assim que os sintomas forem identificados, é importante que o paciente procure assistência médica em alguma unidade de saúde, seja UPA ou Posto de Saúde mais próximo de casa. No hospital, o profissional irá avaliar o paciente e classifica-lo em um dos quatro grupos principais da doença, a partir dos sintomas. Caso apresente algum sinal de alerta, o paciente pode ficar internado ou em observação.

“Se for liberado para casa, o paciente recebe algumas orientações, como remédio pra febre, tomar bastante liquido pra ficar urinando claro, e prestar atenção em alguns sinais de alarme pra doença que podem levar a pessoa a voltar a procurar assistência médica”, alerta o Eduardo Oliveira.

Entre os principais sinais que devem ser observados estão sangramento nas mucosas, incluindo sangramentos na gengiva ou nas fezes, ficar tonto e cair ao levantar, sonolência e confusão mental. “Uma coisa que é interessante em relação a dengue é que quando a febre para, você está com três dias de febre e para, é no momento que a doença pode ficar mais grave ainda”, destaca.

Além da dengue, outras doenças podem se manifestar no período chuvoso. Conhecidas como arboviroses, essas doenças estão relacionadas ao vírus da mesma família e também por serem transmitidas pelo mosquito aedes aegypti. São elas a febre amarela, zika e chikungunya. A febre amarela é transmitida nas cidades principalmente através do mosquito. Os sintomas desta incluem febre, calafrios, perda de apetite, náuseas, dores de cabeça e dores musculares, principalmente nas costas.

“Já a zika e chikungunya são viroses parecidas com a dengue, mas com sintomas mais brandos, cada uma com manifestações um pouco mais específicas. A chykungya se manifesta principalmente com sintomas de dores nas juntas muito fortes, enquanto a zika se manifesta por uma vermelhidão no corpo maior do a da dengue e por conjuntivite”, finaliza o médico Eduardo Oliveira.

 

Fonte: Portal O Dia

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