(Foto: Reprodução)

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o empresário Elon Musk poderá enfrentar “consequências gravíssimas” caso continue financiando candidatos democratas que desafiem congressistas aliados ao governo. A declaração foi feita durante entrevista por telefone à jornalista Kristen Welker, da NBC News, em meio à crescente tensão entre os dois.

Segundo Trump, o apoio de Musk à oposição representa uma ruptura definitiva na relação entre ambos. “No meu primeiro governo, não o pressionei e salvei sua vida. Não tenho intenção de falar com ele”, disse o presidente, classificando Musk como “desrespeitoso” e afirmando acreditar que a relação entre os dois chegou ao fim.

O rompimento marca um ponto de virada na relação entre os dois. Musk foi um aliado importante de Trump na campanha presidencial e colaborou com propostas de contenção de gastos públicos por meio do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). No entanto, a aliança desmoronou depois que o bilionário se posicionou contra o projeto de lei, alegando que ele amplia o déficit fiscal e enfraquece os esforços de austeridade do governo.

A reação da Casa Branca foi rápida e dura. Além das declarações públicas de Trump, aliados sugeriram que a posição de Musk pode ter sido motivada por interesses diretos: o fim gradual dos subsídios a veículos elétricos, medida que afeta a Tesla, sua principal empresa.

Mais do que um desentendimento pessoal, o episódio expõe uma tensão crescente entre o governo federal e figuras influentes do setor privado, que até então pareciam alinhadas com a agenda econômica republicana. A crise pública também teve efeitos financeiros: em um único dia, Musk perdeu cerca de US$ 34 bilhões de seu patrimônio, enquanto a Tesla viu seu valor de mercado encolher em US$ 153 bilhões.

Apesar das ameaças, Trump afirmou que não cogita, ao menos por enquanto, cancelar os contratos federais com empresas de Musk, uma possibilidade que já havia sido levantada anteriormente. “Eu teria permissão para fazer isso. Não pensei nisso”, disse à emissora.

O vice-presidente J.D. Vance, adotou um tom mais cauteloso. Em entrevista ao podcast This Past Weekend, afirmou acreditar que Musk ainda pode “retornar ao grupo”. Segundo uma fonte próxima à Casa Branca, Vance foi orientado pelo próprio Trump a tratar o tema com diplomacia.