Picos(PI), 15 de Novembro de 2025

Matéria / Esporte

Inspirada pelo irmão, piauiense vai ao Sul-Americano de Judô

14/10/2025 - Jesika Mayara

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P40G-IMG-8a22cdec8c73475d7a.jpeg (Foto: Renato Andrade/Cidade Verde)
P40G-IMG-8a22cdec8c73475d7a.jpeg (Foto: Renato Andrade/Cidade Verde)

Aos 10 anos, a judoca Amanda Viana já carrega no currículo um dos maiores feitos da carreira. A atleta do CT Abdias Queiroz, na Fundação Nossa Senhora da Paz, em Teresina, conquistou a medalha de bronze no Campeonato Brasileiro Sub-13 de Judô, realizado no último fim de semana. O resultado garantiu à piauiense a convocação para o Campeonato Sul-Americano, que será disputado neste mês, no Paraguai.

Mas, por trás da conquista, há uma história de família, parceria e muita dedicação. Amanda é treinada e inspirada pelo irmão, Alysson Viana, que também é judoca e técnico do projeto social onde os dois começaram a treinar.

“Comecei com 4 anos, nessa idade eu não gostava do judô. Mas meu irmão me incentivou. Com 7 anos, eu comecei a gostar e comecei a treinar mais sério. Ele me chamava pra treinar, me incentivava, me ajudava nos treinos”, contou Amanda.

O incentivo trouxe resultado. Amanda subiu no pódio em sua primeira participação numa competição nacional.

“Quando eu subi no pódio, eu fiquei muito alegre. Mesmo não ficando no primeiro lugar, eu fiquei muito alegre porque foi meu primeiro campeonato. E minha expectativa já estava grande. As lutas não foram fáceis. Quando eu cheguei na semifinal, perdi, mas levantei a cabeça e lutei a repescagem. Fiquei muito alegre porque eu me esforcei muito para chegar”, explicou a judoca.

Para Alysson, ver a irmã subir ao pódio é uma recompensa de anos de treino e amor pelo esporte.

“Essa última competição foi a primeira nacional dela. E a segunda vez que eu fui como acompanhante. Ver ela ganhando, se dedicando, perdendo, passando por diversas coisas, me traz um mix de emoções. Quem me conhece sabe que eu não sou de demonstrar sentimentos, mas... ali, eu confesso... quando ela ganhou a medalha de bronze, eu me emocionei bastante, vibrei. E isso me motiva ainda mais a acreditar nela, a focar nela”, relatou o irmão, emocionado.

Alysson também é a maior inspiração de Amanda, dentro e fora do tatame. Um elo que tornou a relação dos dois cada vez mais próxima.

“Ela fala que se inspira em mim, que eu sou inspiração, mas, no começo, quando ela entrou no judô, eu também treinava. Nós não éramos tão ligados assim. Assim que ela começou a competir mesmo (ano passado), foi quando a gente teve uma ligação maior. A gente vai pra todo lugar. Por exemplo, eu dou aula em outro colégio, ela vai pra esse colégio e treina lá com os meninos que eu dou aula, depois vai pra academia comigo e, depois, vem pra cá treinar. Então, essa ligação acabou sendo maior e fez com que ela melhorasse ainda mais o judô”, destacou.

O orgulho também é compartilhado em casa. A mãe, Verônica Viana, acompanha de perto a rotina dos filhos e se emociona ao falar da trajetória da dupla.

“É tudo de bom. A relação deles é boa, eles são muito unidos. Pra onde ele vai, leva ela. Para os treinamentos, pra academia. Fico com o coração na mão quando tem competição, porque ela só tem 10 anos, é uma criança ainda. Mas, como ele vai com ela, e vai para ser o suporte dela, fico mais tranquila. Ela e eu confiamos muito nele”, disse.

Agora, Amanda se prepara para o maior desafio da carreira: representar o Brasil no Sul-Americano Sub-13. O treinador Queiroz também acompanha de perto o desenvolvimento da atleta, reforça o potencial da pequena judoca e acredita em pódio no Paraguai.

“A Amanda, apesar de ter 10 anos, nós já observávamos nela um talento nato. Até porque tem um irmão (que é ótimo, e é professor nosso aqui da Fundação Senhora da Paz) como espelho. Então, nada melhor do que um bom espelho em casa, né? Já estive em competições lá (Paraguai), e eu sei o quanto ela pode representar bem o Brasil. Até porque o Brasil, quando pisa no tatame da América do Sul, pisa como favorito. E ela vai pisar como uma das favoritas. Eu acredito, sim, em uma medalha. Se não for bronze, mas que seja, se possível, a douradinha”, destacou o treinador.

Para participar do campeonato, a família de Amanda está promovendo uma rifa para arrecadação de fundos. O Sul-Americano de Judô acontece entre os dias 22 e 26 de outubro, na cidade de Assunção, no Paraguai.

 

 

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