Picos(PI), 19 de Maio de 2024

Matéria / Geral

Cresce o número de animais abandonados nas ruas de Picos

A APAPI cobra uma maior participação da sociedade e do poder público

19/09/2017 - Jesika Mayara

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3228513137896edde30b962e6c6c.jpg (Foto: Reprodução/ Apapi)
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É bastante comum ver todos os dias cenas de animais que vivem vagando pelas ruas de Picos, revirando o lixo em busca de alimentos, ou até mesmo sendo vítimas de maus tratos.

A Associação Protetora dos Animais de Picos (APAPI) é uma Organização Não Governamental sem fins lucrativos, que existe há quase três anos, e trabalha com campanhas de conscientização. Entre elas, busca políticas públicas para o fim do abandono de animais de rua e no ano passado conseguiu aprovar na Câmara Municipal o projeto de lei de castração gratuita, que até o momento não entrou em vigor.

Segundo o presidente da APAPI, Felipe Coelho, se houvesse uma maior participação da sociedade e mais campanhas de conscientização por parte do poder público seria possível solucionar está questão.

“Nós estamos lutando não só pelos animais, mas é uma questão de saúde pública também, porque o animal vive solto nas ruas, ele transmite zoonoses, está revirando o lixo ou provocando acidentes e o problema mais grave é a proliferação sem controle’’, disse Felipe.

Também faz parte do trabalho da ONG, campanhas de doação de filhotes, ração, vacinação e cuidados a animais que vivem abandonados nas ruas do município.

Mesmo realizando constantemente campanhas, a Associação observou que houve um aumento no número de animais que circulam nas ruas. Para Felipe, esse aumento é decorrente da falta de políticas púbicas e soluções responsáveis desta causa.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente pretende apreender os animais que vivem abandonados e trafegando livremente nas ruas de Picos. A medida está prevista em lei.

Segundo o secretário municipal de meio ambiente, Filomeno Portela, animais de grande porte como cavalos, jumentos e bois podem causa acidentes graves, transtornos a moradores, além de destruir vegetações nas praças.

“Estamos orientado aos donos a não deixarem soltos seus animais nas ruas. Estamos preparando todo um sistema de apreensão, preparado currais e plantando grama e capim para alimentá-los, licitamos a ração também. Quero dizer à população que minha obrigação não é alimentar e deixar animal gordo é tirar de circulação”, disse o secretário.

Os animais apreendidos terão cadastro com foto e no caso de reincidência serão encaminhados a leilão ou doação. Animais apreendidos por maus tratos serão encaminhados ao Parque Zoo Botânico de Teresina.

“Abandonar animais de qualquer tipo nas ruas é crime, o proprietário pego em fragrante poderá responder por inquérito policial, pagará multa e poderá perder do animal. Também temos recebido muitas denúncias de maus tratos”, explicou Filomeno.

Para o veterinário, Francisco Lisboa de Sousa, o contato com os animais de rua pode ser muito perigoso, pois eles podem transmitir doenças graves principalmente os cães. “A mordida do animal transmiti a raiva, verminoses e a leishmaniose doença conhecida popularmente como calaza. O mesmo acontece com os felinos”.

A melhor forma de prevenção dessas doenças continua sendo a vacinação destes animais.

Há um costume de alimentar animais de ruas, porém a maioria destas pessoas não sabem do risco que correm. “Alimentar os animais de ruas é um gesto valioso e admirável do ser humano, uma atitude que precisa de cuidados, é preciso na época das vacinas imunizar esses animais’’, alerta o veterinário.

 

Por: Liliane Dantas

Edição Jesika Mayara

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