Picos(PI), 18 de Maio de 2024

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Chacinas ocorridas na região de Picos ainda são um mistério

As sete mortes, que chocaram à população do Centro Sul do Piauí, ainda não tiveram resposta

03/01/2018 - Jesika Mayara

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d88d4be0233ab02602e942587918.jpg Cinco das sete vítimas (Foto: Reprodução/ Edição Picos 40 Graus)
d88d4be0233ab02602e942587918.jpg Cinco das sete vítimas (Foto: Reprodução/ Edição Picos 40 Graus)

Duas chacinas registradas na região de Picos ainda não foram solucionadas e tem deixado o sentimento de impunidade para as famílias das sete vítimas. O primeiro crime ocorreu na localidade Belmonte, em Francisco Santos, no dia 26 de setembro de 2016.

A chacina aconteceu por volta das 20h40 e deixou quatro pessoas da mesma família mortas. As vítimas foram identificadas como Maria Teresa Silva, 50 anos, Fernando Collor da Silva, 26 anos, Francivaldo Antônio da Silva, 24 anos, e Anildo Apolinário, 24 anos.

Na época, a polícia informou que pelo menos dois suspeitos haviam participado da chacina e o alvo seria o jovem Anildo Apolinário, recém-chegado na cidade. No local foram recolhidas cápsulas de revólver calibre 38. A motivação para o crime seria vingança ou acerto de contas.

Passado um ano e três meses o caso ainda não foi desvendado e até o momento ninguém foi preso. De acordo com a Delegacia Regional da Polícia Civil, as investigações foram passadas a uma equipe da Delegacia Geral da Polícia Civil que ficou responsável pela investigação das mortes.

Família pede Justiça

O patriarca da família perdeu a esposa, dois filhos e um sobrinho. No dia da chacina, ele havia saído às 20h30 para ir a um comício e ao retornar para casa, por volta das 22h, encontrou os quatro mortos.

"Eu sou um agricultor, comecei tudo o que eu tenho do zero, com minha família, minha esposa e filhos. Eu tinha três filhos, quer dizer, eu ainda tenho, pois não considero que eles estão mortos. Estão vivos na mente e na alma. Me sinto dolorido e revoltado... choro para desabafar as mágoas", disse o agricultor Antônio Raimundo da Silva, que durante esse período tem ido a delegacia em busca de novidades sobre o caso.

Chacina de Alagoinha

A segunda chacina ocorreu no povoado São João, zona rural de Alagoinha do Piauí, na noite de 02 de agosto, e deixou três pessoas mortas.

Antônio Sebastião de Sá, conhecido por todos como Antônio Virgílio; Terezinha Francisca de Sá, mãe de Virgílio; e a empregada doméstica Francisca Maria da Conceição, de 54 anos, residente em Picos.

Antônio Virgílio era um dos acusados de participação no planejamento, sequestro e morte do ex-vereador de São Julião, Emídio Reis, crime ocorrido em janeiro de 2013. A investigação apontou na época que ele teria pedido carona a vítima e no percurso teria rendido o político com apoio de comparsas e levado o ex-vereador para execução.

Dias após o acontecimento o delegado, Aureliano Barcelo, afirmou que os corpos foram encontrados por vizinhos que chamaram a polícia.

“A mãe foi encontrada no quarto com dois tiros. A cuidadora na cozinha com dois tiros e o Virgílio na saída do quarto com cerca de cinco tiros. A arma era uma pistola 380. Acreditamos ainda que uma terceira pessoa deu suporte a dupla”, explicou o delegado.

Investigações

O Picos 40 Graus voltou a entrar em contato com o delegado responsável pelas investigações do caso. De acordo com Aureliano, as investigações continuam e estão bastante adiantadas, porém, ocorrem em segredo de justiça.

“Elas estão em andamento e já existem suspeitos. Por Antônio Virgílio ser uma pessoa envolvida com muita coisa e ter uma rede de contatos muito grande, fica difícil separar o joio do trigo. Outro fator que tem dificultado nosso trabalho é o medo das pessoas em depor, além disso, o crime ocorreu em um lugar isolado e não deixou testemunhas”, explicou.

Questionado sobre quando o caso será concluído, o delegado falou que com o decorrer das investigações espera que o inquérito seja finalizado este ano.

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