Picos(PI), 25 de Abril de 2024

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“Não vim a passeio”, diz artesão após pedalar de São Paulo a Picos

Piauí Ecologia chegou a Picos, na manhã desta sexta-feira, após percorrer mais dois mil quilômetros.

19/02/2016 - Jesika Mayara

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825bba2c5c501d4f3a1e104b7d78.jpg O artesão deve ficar uma semana na cidade. (Foto: Jesika Mayara)
825bba2c5c501d4f3a1e104b7d78.jpg O artesão deve ficar uma semana na cidade. (Foto: Jesika Mayara)

Após pedalar por 45 dias, Antônio José da Silva, o Piauí Ecologia, chegou a Picos na manhã desta sexta-feira, 19. O picoense saiu de São Paulo no dia 05 de janeiro, percorreu o país registrando suas experiências nas estradas brasileiras e as compartilhou em seu perfil pessoal do Facebook.

O artesão é conhecido devido os vídeos de protesto em que fala dos problemas do Brasil. Piauí relata a hospitalidade das pessoas por onde passava. “Algumas vezes estava sentado e tinha pessoas que me ofereciam um prato de comida, outras vezes motoristas me davam cinco reais. Eu descobri que existe muita gente boa na terra! Mais eu não vim passear em Picos, eu vim protestar”.

Os protestos do picoense não se resumem apenas a cidade ou ao país,  abrangem o mundo como a migração na Europa, por exemplo. O incidente em Mariana (MG) é outro ponto que despertou o seu repúdio, para ele o caso é considerado o maior crime ecológico que já aconteceu no Brasil.

“Eu queria mostrar um Brasil que não mostrei, pois o país é muito grande. Temos potencialidades para o turismo em todos os locais, mas as pessoas não entendem o tanto de empregos que se gera com isso. A região de Picos é um berçário de oportunidades, uma cidade rica na produção de mel e repleta de trilhas, além dos registros rupestres na região”, disse.

Piauí Ecologia afirmou que deve passar uma semana em Picos, para rever a família e amigos e logo volta a São Paulo, onde trabalha como artesão e expões suas peças na Praça da Sé.

Dificuldades

“Eu moro em São Paulo, e meus amigos ativistas me cobram muito, pois veem os problemas de Picos. Eu não vim passear, eu não tenho patrocinador. Os que têm colocam um patrocínio no peito, vestem uma roupinha de robocop, tem uma bicicleta de marca e usam os melhores equipamentos. Eu sou um louco e vim falar das coisas que eu acredito”, ressaltou.

O artesão afirmou que se sentiu oprimido pela mídia burguesa, que tentou a burlar sua viagem, e agradeceu as pessoas que o acompanharam pelas redes sociais e o ajudaram.

Durante a viagem Piauí passou por algumas dificuldades como a chuva, problemas na bicicleta e falta de dinheiro, o que segundo ele, não o fizeram pensar em nenhum momento em desistir.

 

Amor a Terra

Questionado sobre como foi chegar a solo piauiense, o artesão reafirmou o amor a sua terra natal. “Eu conheço muitos locais no país e já visitei vários países como Argentina, Colômbia, Chile e Paraguai e existem muitos barões que não conhecem, mas eu bato no peito e não escondo que sou de Picos”.

Piauí afirmou que ao chegar no estado, foi muito bem acolhido pois muitas pessoas já vinham o acompanhando pelas redes sociais.

Futebol Feminino

Dentre as potencialidades de Picos, o artesão lembrou do futebol feminino que não possui apoio financeiro.

“Não conhecia as meninas e confesso que não sabia que o futebol feminino de Picos é um dos melhores do Brasil. Vi o vídeo das meninas e conheci o sacrifício que elas passam com tantos comércios grandes e bancos que existem na cidade. Porque não estampas o peito das meninas com a marca?”.

 

 

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