26/06/2024 - Jesika Mayara
Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) do campus de Floriano descobriram uma espécie de aracnídeo raro e em risco de extinção. Após 12 anos de pesquisa, finalmente o animal foi catalogado com gênero único e foi nomeado em homenagem à universidade, sendo chamado de Rowlandius ufpi.
Com cerca de um centímetro de cumprimento, de cor marrom avermelhado, de hábito noturno e habitat de florestas, o animal se alimenta de invertebrados como grilos, baratas, colêmbolos, aranhas e etc.
O estudo foi conduzido pela bióloga Iara Siqueira Santos Silva, mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação – PPGBC/UFPI, e teve orientação do professor Leonardo Sousa Carvalho (UFPI/CAFS) e pelo professor Adalberto Santos (UFMG). O trabalho foi publicado este ano na revista internacional Zootaxa, uma das principais referências em pesquisas desse porte.
O professor Leonardo Carvalho esclareceu que o aracnídeo é parente das aranhas, destacou a importância da pesquisa científica para a preservação da biodiversidade e ressaltou a urgência de medidas efetivas para proteger espécies ameaçadas de extinção. O aracnídeo é a primeira espécie de “esquizômidos” encontrada no Piauí e foi localizado na Fazenda do Colégio Técnico de Floriano.
“É uma espécie única e possui características que a tornam vulnerável a diversas ameaças, como a perda de habitat e a degradação ambiental. É urgente que medidas de conservação sejam tomadas para garantir a sobrevivência dessa espécie”, disse o pesquisador.
O invertebrado é conhecido popularmente como "aranha-chicote-de-cauda-curta“ e foi encontrado em uma área de cerca de 300 metros quadrados em região com vegetação suprimida.
A bióloga Iara Siqueira ressaltou que a espécie possui características únicas que a distinguem de outras espécies já conhecidas.
“Os espécimes encontrados apresentam uma morfologia diferente, o que a torna uma descoberta especialmente interessante para os especialistas em aracnídeos”, disse a bióloga.
O professor disse que no momento não estão fazendo novos estudos com esta espécie.
“Apesar disso, é importante que no futuro, novas pesquisas sejam realizadas para entender a dinâmica populacional desta espécie e produzir informações detalhadas sobre sua história natural. Por exemplo, informações sobre o período reprodutivo, o tamanho de sua prole e se as populações desta espécie conseguem se reestabelecer em seu local de origem, caso a vegetação seja recuperada, poderiam auxiliar na preservação da espécie”, ressaltou.
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