06/06/2025 - Redação
(Foto: Reprodução)
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Dados do Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo IBGE, confirmam mudanças importantes no cenário religioso brasileiro. O número de católicos caiu para 56,7%, enquanto os evangélicos chegaram a 26,9%, se consolidando como o grupo religioso que mais cresce no país.
Além disso, o levantamento mostra que a juventude tende a se afastar do catolicismo, enquanto os evangélicos concentram maior presença entre os mais jovens. Outro destaque é o aumento dos brasileiros sem religião, que agora representam 9,3% da população, e o crescimento expressivo das religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé.
Distribuição regional e por estado
Quando observadas as grandes regiões, o Nordeste se destaca como o mais católico, com 63,9% de sua população seguindo essa fé, seguido pelo Sul (62,4%). Por outro lado, o Norte apresenta o maior número de evangélicos (36,8%), seguido pelo Centro-Oeste (31,4%).
A análise por estados revela que o Piauí lidera com a maior proporção de católicos no país, com 77,4% da população de 10 anos ou mais, enquanto Roraima apresenta o menor percentual, com apenas 37,9%. Já entre os evangélicos, o Acre aparece como o estado com a maior concentração (44,4%), e o Piauí tem novamente a menor proporção (15,6%).
Idade, cor e gênero
O Censo aponta que o catolicismo é mais comum entre os mais velhos, chegando a 72% entre os brasileiros com 80 anos ou mais. Já os evangélicos têm presença mais forte entre os jovens, com destaque para os de 10 a 14 anos, grupo no qual representam 31,6%.
A religião também varia por raça:
Pessoas brancas: 60,2% católicos, 23,5% evangélicos, 8,4% sem religião
Pessoas pretas: 49% católicos, 30% evangélicos, 12,3% sem religião
Pardos: 55,6% católicos, 29,3% evangélicos, 9,3% sem religião
Indígenas: 42,7% católicos, 32,2% evangélicos, 7,6% seguem religiões indígenas
As mulheres representam maioria entre quase todos os grupos religiosos. No espiritismo, são 60,6%; entre os evangélicos, 55,4%. A exceção está entre os sem religião, grupo em que os homens predominam (56,2%).
O levantamento também traz uma análise da relação entre religião e escolaridade. Os espíritas lideram em termos de ensino superior completo (48%), seguidos por adeptos da umbanda/candomblé (25,5%). Entre os católicos, esse percentual é de 18,4%, enquanto apenas 14,4% dos evangélicos concluíram o ensino superior.
A taxa de analfabetismo é mais alta entre quem segue tradições indígenas (24,6%), católicos (7,8%) e evangélicos (5,4%). Entre os espíritas, a taxa é de apenas 1%.
Fonte: Agência Brasil/Terra