04/07/2025 - Redação
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
A Secretaria de Segurança Pública, por meio da Polícia Civil do Estado do Piauí, através do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), concluiu nesta quinta-feira (03/07), as investigações da “Operação Faixa Rosa”, deflagrada em 30 de abril deste ano, com o objetivo de desarticular um núcleo criminoso composto majoritariamente por influenciadoras digitais.
As investigadas utilizavam suas redes sociais para promover e exaltar organizações criminosas, além de fazerem apologia ao tráfico de drogas, a violência armada e a criminalidade de forma sistemática. A ação policial teve início com o cumprimento de mandados de prisão temporária e busca e apreensão. Após novas diligências e análises técnicas, as prisões temporárias foram convertidas em preventivas por decisão judicial da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina.
Ao final do inquérito, 19 pessoas foram indiciadas pelos crimes de organização criminosa e apologia ao crime. Destas, 18 seguem presas preventivamente e uma permanece foragida.
A Justiça autorizou a divulgação do material probatório da investigação, que inclui áudios, vídeos, prints de mensagens e documentos internos. O conteúdo revela o uso de redes sociais como ferramenta para exibição de armas, ostentação de drogas, incitação à violência e organização de ataques contra rivais.
“Os trechos demonstram com clareza não apenas a estrutura de comando e disciplina dentro da organização, mas também a tentativa de doutrinação criminosa, com uso explícito de códigos internos e linguagem própria da organização”, explicou o coordenador do DRACO, delegado Charles Pessoa.
A Operação Faixa Rosa representa um marco no combate ao fenômeno da “glamourização do crime”, protagonizado por mulheres com forte presença nas redes sociais que, influenciando milhares de seguidores, especialmente crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, exaltam a criminalidade e distorcem valores sociais.
Para Charles Pessoa, o fenômeno observado não é isolado, mas parte de um movimento nacional crescente. “Influenciadoras com grande alcance digital vêm utilizando as plataformas como vitrines do crime, promovendo uma estética violenta, banalizando a criminalidade e incentivando a adesão de jovens ao tráfico de drogas, à organização criminosa e ao confronto armado com o Estado. A repressão a esse tipo de conduta vai além do aspecto criminal, é uma forma de proteger a juventude e preservar a integridade moral da sociedade”, pontuou.
Durante as investigações, foram apreendidos cadastros internos da facção, onde integrantes eram oficialmente registrados com nome verdadeiro, apelido (“vulgo”), comunidade de origem e atuação, referências hierárquicas e data de entrada.
Os formulários revelam um modelo de organização formalizada, com regras como: cadastro após ter entendimento do estatuto e de seus compromissos com a organização, além disso, os documentos determinavam que integrantes mantivessem seu cadastro atualizado em caso de mudança de bairro ou sistema, sob pena de sanções internas.
Fonte: Conecta Piauí